domingo, 23 de maio de 2010

Cordel: A literatura popular

Por Danielle Menezes

Foto: Danielle Menezes. " Seu Zé Antonio em seu stand, na Orla de Atalaia"

Passando pelo Centro de Arte e Cultura J.Inácio que fica na orla de Atalaia vi uma barraca de cordel que me chamou atenção. Era Seu Zé Antonio e seus cordéis!

Há mais de dois anos ele vende os livrinhos dos mais variados temas:desde medicina popular até a história do presidente passando até por contos sobre comunicação. É, os trabalhos do Seu Zé Antonio já foram até tema de monografias nas áreas de comunicação e de letras.

Nascido num povoado de Moita Bonita, Seu Zé se tornou professor de história além de cordelista. Já publicou mais de 60 cordéis e os que se destacam são: A história comentada da literatura brasileira, A história do Velho Chico no reino da natureza, A súplica do Velho Chico e Lampião: o rei do sertão. Segundo ele " O cordel passou a ser a minha vida". E todo seu talento foi reconhecido em 2005, quando foi contemplado pelo programa BNB de cultura. Atualmente além de vender seus contos, Seu Zé ministra aulas de história além de palestras e oficinas de literatura em escolas da rede pública e particular de ensino.
Foto: Danielle Menezes. " Cordel: A história da comunicação na evolução do homem"


Trecho do cordel " A história da comunicação na evolução do homem" :

"Já é século XXI
Era do Computador
Fibra ótica, celular
E debilóide doutor
De irradiação atômica
Da vida, exterminador.

Anda igual o pensamento
Hoje a comunicação
No mercado de trabalho
Do rádio e da televisão
Do jornal e da revista
Computadorização.

Na era do computador
O rádio e a televisão
Para informar o povo
Fora sua opinião
Porém, leva muita gente
A grande alienação.

O mercado de trabalho
Não é nada promissor
Poucos fazem o trabalho
Mexendo o computador
Também é muito explorado
Nosso comunicador."
(Zé Antonio)




3 comentários:

  1. A literatura de cordel é o retrato do cotidiano, através de ilustrações e da poesia popular, com um "toque" de humor e originalidade.

    Bruno Silva

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  2. Escrever sobre a literatura de cordel foi uma idéia bacana, porque muita gente pensa que esse tipo de literatura já não atrai os leitores, no entanto escritores sergipanos continuam produzindo bons trabalhos. Interessante nessa história de Zé Antônio, é que ele vende os livros em uma banca, e não expostos em um cordão presos com aparador de roupas, prática que deu nome a Literatura de Cordel.

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  3. Nailton Andrade: Legal essa matéria. O resgate da literatura de cordel por um professor de história, só vem reforçar a importância desse veículo tão popular e que ficou esquecido por muito tempo. O professor e cordelista Zé Antonio , mesmo com todo avanço tecnológico, não se intimidou e está mantendo viva a cultura dos ‘cordéis’. É necessário que os agentes culturais de Sergipe e do Nordeste, reconheçam e incentivem esses artistas a produzirem mais nesse seguimento e, o mais importante, que haja também uma ampla divulgação para que os jovens tenham conhecimento desse ‘patrimônio popular’.

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